segunda-feira, maio 14, 2007

Pessoal,

me desculpem pelo post em ingles, mas quem puder ler, acho que está bem alinhado com o tema deste blog.
Escrevi isso tudo para responder a um ex-colega de mestrado que quer neutralizar o impacto ambiental da CIA dele, que é de software.

Vejam abaixo o que lhe respondi:



> Hi Richard,
>
> Im glad you asked me this question:
> I knew that if someone would ever make me this question, it would be you!
>
> There is no easy answer for this question. Im gonna try to give you a
> Climate Change perspective, although our footprint is much bigger than
> CO2 emission levels: heavy metals emissions, acid rain and etc are not
> on kyoto´s framework.
>
> There a very different options in the market today to neutralize your
> footprint, and everybody is currently trying to figure out what solution
> fits to different problem. One thing is for certain: one size does not
> fits all.
>
> As a services/software company like yours (which has typically a clean
> operations), your company´s footprint would be greatly related to
> Vancouver utilities provider footprint: electricity (grid emission
> factor), water treatment (COD) and municipal waste (Methane); and also
> related to your transportation consumption (air and land travelling).
> You could also go further on the value chain, and say that your impact
> is also related to the products you buy (for example: if the computer
> manufacturer that sells equipment for you is clean). In this sense, the
> only thing you could do to actually improve your footprint is to
> implement efficiency measures and reduce the consumption of those dirty
> resources. This would improve not only the level of corporate
> responsability, but also would bring monetary savings, as you would have
> lower expenses levels. Although this has a direct impact on the bottom
> line, there is a limit to where you can get (you still need to turn your
> computer on). Once you have implemented these efficiencies there will
> still be a portion of impact you cannot eliminate. Then, you should look
> for compensating measures.
>
> There are a wide range of "ecosecurities" in the market, and each one fo
> them has its own particular objective - from kyoto's AAU/EUA/CERs (which
> serve for compliance with kyoto's targets and thus are more expensive
> due to the bigger stringent requirements and validation and verification
> and other bureocratics) up to voluntary markets VERs (a broad range of
> securities which dont serve for compliance under kyoto). My personal
> opinion is that you must look for projects that bring environmental
> benefit, but that are also related in someway to your core business: in
> this way you also help your industry to become cleaner.
>
> You could also neutralize your footprint planting trees on your yard. I
> find this very little beneficious for the environment, although it does
> has a level of CO2 sequestration. But there is no reduction of fossil
> fuel consumption, there is no biodiversity increase and it is very low
> sustainable: if you sell this land tomorrow, your benefit is gone.
>
> EcoSecurities has recently put up a team to calculate footprint for
> companies outside the Kyoto framework, and neutralizing it. I will
> forward this email to them tomorrow. Im not involved on it now. Probably
> they are going to charge you consulting fee + VERs. Im sure they are
> able to offer you a complete solution.
>
> We did neutralize EcoSecurities footprint in 2006. It costed us aprox
> 1,5k credits (VERs) which is a very reasonable cost, taking into account
> that we travel a lot by plane ( I personally went to EU, Argentina a
> couple of times and several others around Brazil), and that we have 32
> offices around the world. For a services company, Im sure this cost will
> be very low.
>
> Does this answers your question? Is it OK if I send your mail to my
> colleagues?
>
> How are things going??
>
>
> Saludos - Regards - Um abraço
> -----------------------------------
> Paulo Felipe Catran Kessler
> www.paulokessler.hpg.com.br

sábado, maio 05, 2007

Oi Pessoal,

Dentro de Kyoto para um projeto ser elegível a ganhar creditos, ele precisa ser cumprir com 3 metas:

a) Gerar um Beneficio Ambiental (obviamente).
b) Gerar Desenvolvimento Sustentável (já tivemos a oportunidade de definir em posts passados)
c) Ser Adicional

Agora chegou a hora de definir o que é Adicionalidade. Dito de forma ultra sintética e generica, Adicionalidade é o quanto sensivel é uma acao em relacao a intervencao de um agente externo - esta sensibilidade é o grau de adicionalidade da acao em relacao a intervencao. Em outras palavras, dentro do MDL para um projeto ser adicional, há de se provar que este somente seria levado adiante com o incentivo dos creditos de carbono.

Essa semana tive uma discussao com um colega meu, engenheiro porreta Rodrigo Braga. Seu argumento era que um beneficio ambiental somente poderia se transformar em creditos voluntarios de emissoes - os chamados Voluntary Emission Reductions (VERs), que nao servem para compliance com Kyoto - se se pudesse se comprovar a Adicionalidade desses beneficios.

Para comecar essa discussao, gostaria de pedir licensa e publicar um texto do Ricardo Esparta, ambientalista da EcoInvest, tirado diretamente do PointCarbon:

O Conselho Executivo do MDL (CE) está sendo criticado pela lentidão e por estar tão preocupado com a “integridade ambiental” do MDL que criou um processo de aprovação que é tão prolongado que os atores do mercado questionam se ele de fato vale a pena.

Mas como essa integridade ambiental se manifesta nos projetos de MDL registrados pelo CE até agora?

Minha opinião é de que as considerações sobre o desenvolvimento sustentável estão perdendo para a adicionalidade. Infelizmente, a aplicação acadêmica e irrealista do conceito de adicionalidade pelo Conselho Executivo parece estar penalizando os projetos com componentes reais de sustentabilidade.

Analisando os projetos de MDL registrados até agora, é, infelizmente, difícil de se constatar que a integridade ambiental esteja em primeiro plano. De uma redução estimada de cerca de 44 milhões de toneladas de CO2e até 2012, 87,7% são provenientes de projetos de decomposição de HFC23, 8,3% de dois projetos de aterros sanitários, 3,7% de sete projetos de geração de eletricidade renovável (6 de pequena escala), e 0,3% de um projeto industrial de substituição de combustível.

A decomposição de gases industriais e de aterro, apesar de, freqüentemente, apresentarem somente contribuições minoritárias ao desenvolvimento sustentável, são considerados porque qualquer um pode demonstrar facilmente que o projeto não teria ocorrido sem o MDL. Por outro lado, projetos com componentes significantes de sustentabilidade estão de fora, como aqueles envolvendo a exploração de fontes de energia renovável, eficiência energética e racionalização do transporte público. Isso se deve, freqüentemente, à complexibilidade em se demonstrar a adicionalidade.

Para se qualificar para o MDL, quaisquer reduções de emissões devem ser adicionais àquelas que ocorreriam na ausência das atividades do projeto. No entanto, para a maioria dos projetos, o que “ocorreria na ausência dos projetos” é impossível de se verificar, já que ninguém pode prever o futuro.

Por exemplo, é impossível demonstrar que a eletricidade gerada por um projeto substituirá a energia proveniente, por exemplo, de combustíveis fósseis. Portanto, deve se esperar estimativas razoáveis, senso comum, e, acima de tudo, um certo risco.

No entanto, o CE não parece concordar que estimativas devem ser aceitas e continua rejeitando e aprovando – depois revisando – metodologias até que estejam perfeitas. E impossível de serem aplicadas na vida real.


Ricardo Esparta, Ecoinvest Carbon


Bom sábado para tod@s!


terça-feira, maio 01, 2007

Oi Pessoal,

bom dia do trabalho para tod@s!

A TNC está com uma calculadora de impacto ambiental, ou Pegada Ambiental como se costuma dizer por aí. Acessem a calculadora no site da TNC.

Essa calculadora da o resultado de seu impacto ambiental em uma unidade chamada "Toneladas de CO2-equivalente por ano". Uma Toneladas de CO2-equivalente (tCO2e) é uma medida que tenta capturar as emissoes de gases de efeito estufa (GHG) equivalentes a 1 tonelada de Dioxodo de Carbono (CO2). Para calcular essa equivalencia, existe uma tabela com os GWPs (Global Warming Potential: Potencial de Aquecimento Global) de cada gás que provoca o efeito estufa, sendo que o CO2 é o principal desses gases do mundo, e o GWP do CO2 é igual a 1. Portanto, uma tonelada de CO2 = 1 tCO2e.

Abaixo envío os resultados da calculadora da TNC para toda a minha familia, de 5 pessoas (sendo que nessa simulacao, eu vivo na California que tem a matriz energética muito mais suja que a Brasileira):




Segundo a calculadora, minha familia contribui com 60 tCO2e / ano. Isso quer dizer que por conta de nossos habitos de vida, a cada ano poluimos a atmosfera com uma quantidade de gases equivalente a 60 toneladas de CO2.

Diferente da calculadora do Dia da Terra que dava o seu resultado em HAGs (Hectares Globais), esta calculadora captura a pegada ambiental em relacao ao efeito estufa. Na verdade, existem diversas maneiras para calcular nosso impacto ambiental na terra. Cada qual enfoca em uma dimensao diferente do problema. Entretanto, o maior risco ambiental que estamos correndo hoje em dia é em relacao ao efeito estufa, que de fato poe em risco a sobrevivencia de nossa especie, e pode levar a nossa extincao como especie dominante.