quarta-feira, novembro 28, 2007

Mais um indício:

Problemas na EcoSecurities despertam dúvidas sobre RCEs

Uma revisão dramática do portfólio de créditos de carbono da Ecosecurities deixou marcas mais amplas no mercado de carbono alguns analistas já estão reduzindo suas previsões do número de RCEs (Redução Certificada de Emissões, ou vulgarmente conhecidas como Créditos de Carbono) disponíveis ao longo do período 2008-2012. Maior empresa em desenvolvimento de projetos, a EcoSecurities sofreu uma queda de quase 50% no seu preço de risco no mercado após fazer uma declaração no dia 06 de novembro.

A empresa culpou o Comitê Executivo do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL, braço da ONU) pela lentidão na aprovação dos projetos e expedição dos créditos, o que reduziu o a produção esperada de RCEs até 2012em quase um quarto de 185 milhões estimados no início de setembro para 142 milhões. O CEO da empresa, Bruce Usher, diz que o processo de registro e expedição do MDL está significativamente mais lento. “Esta tendência é desanimadora para todo o mercado de carbono e está restringindo a expedição de RCEs e nossos lucros a curto prazo”. De acordo com a EcoSecurities, mais projetos estão sendo enviados para revisão (cerca de 50%, enquanto em maio eram 10%). O analista do banco UBS, Per Lekander, afirma que a EcoSecurities "é representativa do mercado geral", reduzindo as estimativas do banco para o fornecimento de RCEs no período 2008-12 em 20%, ou seja, 1,6 bilhões de toneladas. Com menos RCEs disponíveis para os compradores no esquema de comércio de emissões da União Européia (EU ETS), ele prevê aumento nos preços das permissões européias em 2010 para 30 euros (44 dólares) a tonelada, e em 2012 para 35 euros. Entretanto, outros especialistas não modificaram muito as suas previsões. Emmanuel Fages, analista de carbono do Société Générale de Paris, diz que não é nenhuma surpresa a lentidão do registro e expedição dos certificados. “Agora que estamos entrando no estágio do MDL em que há mais projetos, os projetos estão ficando menores e as metodologias estão ficando mais complexas". Ele prevê que 2,5 milhões de toneladas de RCEs estarão disponíveis no período 2008-2012, partindo do princípio que, ao todo, 70% dos créditos dos projetos atuais serão realmente entregues. Milo Sjardin, analista da New Carbon Finance, está surpreso pelo reajuste do UBS. Ele estima que, no total, 25% dos volumes de RCEs serão rejeitados para projetos atuais e futuros e que 2,2 bilhões de RCEs estarão disponíveis até os primeiros três meses de 2013.

A EcoSecurities culpou a performance do Comitê Executivo por seus problemas, mas outros dizem que os desenvolvedores de projetos devem arcar com alguma responsabilidade. Axel Michaelowa, membro do time de registro e expedição do MDL e co-fundador da consultoria Perspectives, ressalta: "A qualidade dos PDDs (project design documents) não está melhorando. Normalmente esperaríamos que os desenvolvedores de projetos aprendessem com a experiência.Talvez eles devam assumir menos projetos e focar em acertar no PDD." O co-fundador da EcoSecurities, Marc Stuart, explica que, com somente 60 meses de renda proveniente das RCEs disponível até o final de 2012, cada mês que um projeto atrasa significa uma queda de 1,5% na renda esperada para o mesmo. Mas ele ressalta que a empresa está estável financeiramente, possuindo mais de 100 milhões de euros em capital, sem débitos. Outra empresa desenvolvedora de projetos, a Camco, de Londres, reduziu no dia 31 de outubro seu portfólio em cerca de 15%.

segunda-feira, novembro 19, 2007

Eu sempre tenho medo de que o mercado ambiental não seja mais do que uma bolha, tal como a da internet, que estorou sem aviso prévio.

Existem alguns indícos:

  1. super-valorização das ações de empresas deste mercado, enquanto que as mesmas tem reportado prejuízo;
  2. comerciais de TV, promoções e campanhas de marketing de empresas relacionados com o meio ambiente - como esse do bradesco: dúvido que eles financiem um projeto com baixo retorno financeiro mas com alto retorno socio-ambiental;
  3. baixa rentabilidade de projetos ambientais: se os projetos dessem retorno decente e fossem viáveis por conta propria, não existiria Kyoto nem nenhum tipo de subsídio como os creditos de carbono;
  4. under-performance da maioria dos projetos geradores de creditos de carbono;
  5. alta burocracia, falta de dinamismo e falta de clareza e transparencia dos órgãos reguladores, instituições, governos e da própria ONU;

Enfim, espero que quando a moda passar, o mundo ainda tenha suficiente sobriedade e clareza para manter o que realmente é importante para que possamos seguir nosso caminho em direção a evolução da espécie, e quem sabe colonizar todo o universo.